domingo, abril 12

(re)Partidas


Ela recusou! Não quis subir, iriam conversar ali no hall do prédio mesmo. Afinal era apenas uma rápida passadinha para dar uma lembrançinha e umas poucas palavras, mais por falar do que por querer falar.
Mas não vai nem subir? Estranhava ele! Ela reafirmou que estava só de passagem. Toma é pra você! Entregou-lhe um pequeno pacote cautelosamente feito com papel vermelho.
Ele não quis abrir! Temia que perderia muito tempo do pouco tempo que ela ficaria ali em sua frente, ou quem sabe temia chorar?
Bom! Ainda eram amigos não eram? Amigos se abraçam, principalmente em ocasiões especiais! Aquela é bem verdade, não era tão especial assim.
Ele a abraçou sentindo que aquele seria o último abraço de suas vidas. Quis falar mas a garganta estava presa em um nó amargo que não permitia som algum.
O leve e macio contato de sua pele, o perfume a muito conhecido e aquele olhar foram o suficiente para ele fazer o que não devia ter feito.
Puxou-a com mais força para si e beijou-lhe os lábios.
Esperou por uma reação qualquer. Uma língua mais atrevida, um pedido de “pare” ou uma bofetada mesmo!
Não houve nada! Soltou o abraço e pediu desculpas.
Ela tentou fazer-lhe crer que a culpa era dela, que ela não devia ter vindo e que...
Ele já dera as costas e subia as escadas com aquele nó a apertar mais sua garganta.
Ela entrou no carro. Olhou no espelho, não havia lágrima alguma para secar, deu a partida e sumiu...

Um comentário:

Tiago Rosa disse...

Episódios da vida, como este, e que a torna bonita. Bela história!
Feliz páscoa!