quinta-feira, setembro 29

PIRISCA GRECCO & A COMPARSA

Pirisca e a Comparsa, interpretando Prenda Minha, clássico regional do RS de Telmo de Lima Freitas em Uruguaiana

segunda-feira, setembro 26

RE-POSTAGEM 15 ou sem tempo e/ou preguiça e/ou inspiração

Todo louco tem o seu cachorro
E todo cachorro as suas pulgas
Todo namorado tem um endereço
E certos dias, tem as suas fugas.

Todo cego tem a sua bengala
O que não vê, compensa o ouvido;
Mas é igual a todos os outros
Pois todos têm no centro um umbigo.

Quem casa quer ter a sua casa
Quem ri tem sempre sua risada
E mesmo quando é mal contada
A piada tem uma parte engraçada.

Todo passarinho nasce no seu ninho
Todo réu tem um discurso inocente
Todo jacaré tem um amigo passarinho
E o banguela tem uma boca sem dente.

Todo pé torto tem o seu chinelo torto
Todo careca tem saudade do seu pente
Todo navio que parte deixa o seu porto
Todo atirador de faca têm a sua assistente.

Todos têm
Algo que os outros também tem
O pobre tem fome, e o rico às vezes também.

Alguns têm
Algo que os outros nunca terão
O rico tem pão e o pobre: NÃO.

quinta-feira, setembro 22

RE-POSTAGEM 14 ou sem tempo e/ou preguiça e/ou inspiração

MEGALO ESPIRITO

Mesmo que eu utilize todas as palavras da maior biblioteca;
mesmo que eu macule o branco de todos os papéis;
mesmo que eu declame todas as odes e versos;
mesmo que eu soe todos os tons e acordes;
mesmo que eu letrerize todas as músicas;
mesmo que todo bloco tome forma ao toque de meu cinzel
e nenhuma tela permaneça virgem diante de meu pincel...
Mesmo que eu tudo faça,
tudo expresse,
tudo crie...
Não conterá um só vestígio do que envolve e revolve meu espírito.

terça-feira, setembro 13

terça-feira, setembro 6

LA MUJER MURCIELAGO(BATWOMAN)


Uma super-mega-ultra-power produção Mexicana de 1968

quinta-feira, setembro 1

Fugidinha

Ivan acordou com o aroma do café. Esfregou os olhos que logo saltaram para o pulso em busca dos ponteiros que guiavam sua vida. Viu que era quase oito e trinta. Esticou-se como se de borracha fosse e lembrou da noite de amor. Silvia foi incrível como há muito tempo não era! Estava feliz!
Chutou o lençol e pulou da cama. Vestiu-se calmamente assobiando uma canção do Rei Roberto. Quando estava colocando a camisa o ombro raspou no queixo e percebeu que não podia escapar de fazer a barba antes de sair.
Foi ao banheiro e usou o novo barbeador elétrico que comprara meses antes de barbada em Rivera. Ao passar a loção ouviu o som da TV que vinha da sala. Flavinho já devia estar de pé em frente aos seus desenhos animados – pensou com um sorriso paternal -. Mijou e saiu do banheiro.
Vendo a confusão de lençóis na cama lembrou-se da noite anterior e se orgulhou de seu desempenho, mas também do de Silvia. Depois de tanto tempo, ainda estavam muito bem no quesito “cama”. Pegou a carteira no criado mudo e deixou uma nota de cinqüenta ao lado do despertador para as despesas do dia – manter a casa e Flavinho não era lá muito barato, mesmo com a parcimônia de Silvia! -.
Passou pela sala e deu um beijo na cabeça dourada do menino. Os desenhos não deixaram o pequeno nem notar no carinho recebido. Olhou para a TV. Estava passando Pica-pau – Ah se eu pudesse ficar atirado com ele assistindo essa bobagem boa o dia inteiro! Pensou – e foi para a cozinha a procura de Silvia.
Ela estava na pia lavando um resto de louça do dia anterior, com seus cabelos louros desgrenhados e com uma roupa surrada apropriada para um sábado de manhã. A mesa estava posta convidativamente para dois – Flavinho já devia ter tomado o seu “Nescau” – .
Olhou o relógio. Nove horas, começou a ficar preocupado, não podia se demorar. Olhou novamente Silvia. Mesmo assim mal vestida ela era como alguns diziam “um pedaço de mau caminho”. Ele estava nos seus cinqüenta e seis e tinha ela que estava apenas com vinte e nove. Sentiu-se orgulhoso novamente naquela manhã. Chegou-se e a beijou na nuca.
_ Bom dia preguiçoso! – ela cantou em seu ouvido ao virar-se – O café ta na mesa! – deram-se um longo beijo.
_ Vamos tomar ele então! – apressou Ivan! Ele começava a ficar nervoso. Não podia se demorar muito, pois caso contrario teria de se explicar com Neusa.
Sentaram-se e serviram-se de café e torradas. Silvia comia calmamente enquanto ele devorava o desjejum, não por fome, mas por pressa. Estava ficando cada vez mais nervoso e não sabia se era pelo horário ou pela mentira. Não tinha trabalho algum no sábado, mas usara como desculpa para ir para Neusa.
_ Amorzinho, que bom se você pudesse ficar com a gente essa manhã!
_ Nem me fale Silvia! Seria um sonho! Mas você sabe como são os compromissos... – correu os olhos para o relógio furtivamente.
_ Eu sei amor! Eu entendo! – Tomaram o resto do café em silêncio. Ivan levantou-se de um pulo.
_ Putz!... Já estou atrasado... Amor, tenho de ir. – falou nervosamente como fala quase todos os mentirosos. Beijou-a e deu um rápido beijo na cabeça de Flavinho. Pegou a maleta e as chaves do carro.
Em questão de segundos estava na rodovia. Olhava nervosamente o trafego e o relógio no pulso.
Era sempre a mesma coisa, Ivan ficava uma pilha de nervos quando tinha de sair às presas da casa de Silvia e voltar pra casa, para os braços de sua esposa Neusa e de seu filho Miguel.