quarta-feira, abril 15

Armadilha


Mordi a isca! Fui humilhado em minha honra de caçador. Sai para abater e fui abatido comprovando a máxima que fala do dia da caça e do caçador.
Olho para cima. Há apenas uma lua brilhante rasgando o negror da noite. Nenhuma estrela.
Não tenho para onde ir ou como ir. O fosso é fundo e suas paredes íngremes e escorregadias.
Minha perna dói! Deve ter-se partido na queda. Não consigo ficar de pé. O chão é úmido e fétido.
Aos poucos meus olhos vão acostumando-se com a escuridão. Logo percebo que o odor fétido vem dos restos de ossos e carnes de outros que aqui caíram.
Ouço passos! Viro-me para o local de onde vem os ruídos. Vejo ela!
Ela vem sorrateira, nua, esfomeada, bela, excitada e lambendo os lábios para devorar mais este homem.

2 comentários:

Bárbara disse...

Bã!
Cada vez melhor, lalau!
Cada vez com mais expressão!
Meu escritor favorito!
;)

Tiago Rosa disse...

Óia! Tenho que concordar com a Bá. Very nice pra chuchu!