Estou em casa, - depois de debater com alguns amigos a solução para os problemas de Gravataí, do Estado, do Brasil e do planeta - tomando uma “Original” quando escuto um barulho estranho na rua.
Pensava que era estranho, mas era o barulho feito por um catador na lixeira do prédio que passa por ali todas as noites! Buscava ele ganhar o pão (vida) nos restos da sociedade. Normal! Já ficamos acostumados com isso e, achamos isso normal.
Lembrei de uma biografia que fizeram de Trotsky em que ao chegar em NY foi perguntado o que ele sentia, estando ali: E ele falou que ficou apavorado em ver “em meio a tanta riqueza, alguém procurando na lata de lixo o que comer”. Normal. Isso é o capitalismo. O regime da “democracia”.
Esquecendo Trotsky, vi um brasileiro “fuçando” no lixo. Um brasileiro, esse ser que todos dizem ser um preguiçoso.
Pois é! Esse preguiçoso estava com uma carreta – que normalmente quem puxa é um boi ou um cavalo – catando coisas para vender ou até para usar.
Olhei para o lado e vi um monte de roupas que não uso por não servirem, por não gostar ou até por não querer mesmo! Peguei as que estavam mais a mão e chamei o “preguiçoso” brasileiro e joguei para ele.
Fiz a minha parte de bom cristão – mesmo não sendo um - e de bom cidadão.
Fiquei na janela, tomando minha cerveja e observando o cara.
Ele pôs as roupas no chão e começou dobrá-las com um carinho e uma devoção que fez eu abrir o guarda roupas e procurar mais coisa para dar a ele. Achei calças que nem eu sabia que tinha e que nunca caberiam em mim. Camisas de propaganda que nunca usaria. Lençóis que um solteiro nunca lavaria e comecei a jogar janela a fora.
Cada peça jogada era um sorriso a mais na cara do catador, que fazia com que eu procura-se mais coisa para jogar para ele.
Joguei tudo o que eu não usaria mais. Me senti realizado. Fiz uma boa ação.
Continuei na janela e admirar o zelo com que ele dobrava e guardava aquelas coisas que não me serviam mais.
Aí fudeu!
Vi que meus restos podem ser a felicidade de alguém... O que estava me dando alegria e orgulho tornou-se logo em tristeza.
Que fazer? Voltar a ler Marx?
Pensava que era estranho, mas era o barulho feito por um catador na lixeira do prédio que passa por ali todas as noites! Buscava ele ganhar o pão (vida) nos restos da sociedade. Normal! Já ficamos acostumados com isso e, achamos isso normal.
Lembrei de uma biografia que fizeram de Trotsky em que ao chegar em NY foi perguntado o que ele sentia, estando ali: E ele falou que ficou apavorado em ver “em meio a tanta riqueza, alguém procurando na lata de lixo o que comer”. Normal. Isso é o capitalismo. O regime da “democracia”.
Esquecendo Trotsky, vi um brasileiro “fuçando” no lixo. Um brasileiro, esse ser que todos dizem ser um preguiçoso.
Pois é! Esse preguiçoso estava com uma carreta – que normalmente quem puxa é um boi ou um cavalo – catando coisas para vender ou até para usar.
Olhei para o lado e vi um monte de roupas que não uso por não servirem, por não gostar ou até por não querer mesmo! Peguei as que estavam mais a mão e chamei o “preguiçoso” brasileiro e joguei para ele.
Fiz a minha parte de bom cristão – mesmo não sendo um - e de bom cidadão.
Fiquei na janela, tomando minha cerveja e observando o cara.
Ele pôs as roupas no chão e começou dobrá-las com um carinho e uma devoção que fez eu abrir o guarda roupas e procurar mais coisa para dar a ele. Achei calças que nem eu sabia que tinha e que nunca caberiam em mim. Camisas de propaganda que nunca usaria. Lençóis que um solteiro nunca lavaria e comecei a jogar janela a fora.
Cada peça jogada era um sorriso a mais na cara do catador, que fazia com que eu procura-se mais coisa para jogar para ele.
Joguei tudo o que eu não usaria mais. Me senti realizado. Fiz uma boa ação.
Continuei na janela e admirar o zelo com que ele dobrava e guardava aquelas coisas que não me serviam mais.
Aí fudeu!
Vi que meus restos podem ser a felicidade de alguém... O que estava me dando alegria e orgulho tornou-se logo em tristeza.
Que fazer? Voltar a ler Marx?
Um comentário:
Stanis, quando paramos nossa correria diária e olhamos a nossa volta, nos damos conta de quão infeliz é a condição humana que os próprios humanos criaram. Assim, devemos conter nosso sentimentalismo burguês (não que sejamos burgueses) e tocar nossa vida. De outro modo, a tristeza que absorveríamos (por pura osmose) nos mataria ou nos tornaria tão miseráveis quanto o catador que ajudaste.
Ótimo texto!
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