segunda-feira, maio 18

Sombras do que era


Surge o sol, clareia o dia
Abro os olhos, ao sol dou bom dia
Ponho a chaleira no tripé
É chegada a hora do café.

Busco a água lá do poço
Lavo as mãos, lavo o rosto
Ponho a pilcha de todo dia
Mas não era isso que queria.

Preferia agora um amargo
Mas o dinheiro anda curto
Vou carregando o meu fardo
Do trabalho não me furto.

Preparo a carroça
Não tem cincha nem tem buçal
Vivo magro como o gado
Que a muito não vê sal.

Não tenho mais cavalo
A carroça eu traciono
Hoje sou burro de carga
Ontem era um colono.

Vivo hoje na cidade
E ninguém liga quando eu falo
Que faço hoje o que fazia
Ontem o meu cavalo.

Puxo hoje uma carroça
Como os escravos uma liteira
Busco o meu ganha pão
De dentro de uma lixeira.

Por isso fico brabo e cabreiro
Quando alguém me diz:
Que é um bando de vagabundos
Esse povo brasileiro.

2 comentários:

Bárbara disse...

Eiiiitaaaaaaaa.... esse é meu escritor!! Gaudério, poeta e magistral!Beijos, Lalau!

Bárbara disse...

vamos lááááá....tá na horaaa!levanta, toma um café, lavao rosto e começa a digitar1 vamos atualizar que é pra fazer uma fã feliz e pra nunca parar de gritar, de contar, de emocionar! beijooooos!