terça-feira, junho 23

AUTO-BIOGRAFIA


O sol com sua imponência começa a se esconder. A lua, essa virgem e meretriz começa a aparecer. Meus olhos, pobres e pequenos começam a ficar sonolentos.
Uma cochilada talvez resolva o problema. Mas o corpo sabe que isso será a afirmação de mais uma noite sem sono! Abro mão do cochilo para tentar garantir uma noite dormindo.
Água fria. Fico acordado e desperto por um bom tempo. Logo as pálpebras pesam. Uma caminhada ajuda. Logo estou desperto.
Fico pela rua a conversar com amigos novos e principalmente com antigos. Tomo cervejas e sofro com comentários pouco interessantes e sem sentidos. Os bares ficam aos poucos desertos e volto para casa com uma reserva etílica.
Salta a tampa da primeira. Tento – e às vezes consigo – escrever algo que valha a pena. Seco a primeira e abro a segunda. Mais um vinil brinca de carrossel liberando antigas canções. Quem sabe um cigarro não ajude a encontrar o sono que está escondido em algum escaninho da noite?
Como a diáfana fumaça do cigarro, a esperança de sono vai-se junto pela janela ao encontro das estrelas. Com os cotovelos fincados no frio do peitoril, acompanho cães e pessoas que varejam na lixeira lá embaixo.
Olhar para o display do celular e ver a hora, nem pensar! Para que torturar com espera quem não sabe a hora da chegada? Mais uma fica seca. Voa mais uma tampa que caí escandalosa no inox da pia.
Finalmente um bocejo. Mas não é ainda!
O último gole e a desconfortável cadeira me convencem a ir para a cama. Ligo a tv e escolho o programa menos imbecil que a programação imbecil oferece ao público imbecil que assiste tv há essa hora. Coloco no sleep quinze minutos e fico de olhos fechados, tentando fechar também os ouvidos. Faço isso mais três ou quatro vezes.
A pressão ofensiva na bexiga me coloca de pé novamente. Lembro de escovar os dentes e fico mais desperto. Novamente mais quinze minutos no sleep. Percebo que o programa menos imbecil terminou dando lugar a outro.
Finalmente, mas sem perceber, o sono vence a nova rodada de quinze minutos. Deve ser cinco ou seis horas. Por sorte, ficarei dormindo até a campainha do celular – que aposentou o relógio – me chamar para mais um dia cheio de bocejos e cabeçadas de sono que, terminarão somente quando a insônia voltar no final do dia.

Um comentário:

Bárbara disse...

Quando eu crescer quero escrever que nem tu! Quem me dera! Meu muso! Troquei o mara, pq tinha gentes que não entendiam! vê se eu posso!hehehe
Beijos mil!