terça-feira, abril 13

Os vários goles de cerveja


Li a crônica “O primeiro gole de cerveja” de Phiilippe Delerm do livro de mesmo título da crônica, com o sub-título “e outros minúsculos prazeres”.
Gostei. Mas praticamente só desta crônica, achei as outras meio chatas – quero ler outros livros dele para ver se tenho uma outra opinião – . Ele tem uma narração gostosa e fluente, sem aquela coisa de gastar uma página inteira só para dizer como era o ambiente em que acontecia o fato narrado. É “toma lá dá cá”!
Mas discordo do autor, mesmo tendo gostado da crônica.
Ele diz ser o primeiro gole o “único” que conta.
Bom! Eu não conto os goles, mas saboreio quase todos os que tomo. Normalmente só não é maravilhoso alguns que são acompanhados por pessoas chatas.
Quando os goles não forem prazerosos é só parar de tomar e pronto.
Ele – o autor da crônica - até acha que o “último, talvez, encerra a desilusão do fim de um falso poder”.
Ora! “Beber por poder”? Eu bebo cerveja porque gosto de beber cerveja. Bebo para me divertir, bebo para rir, bebo para amar, bebo para transar, bebo para brincar, bebo para brindar, bebo para discutir todos os assuntos no bar, bebo para ...
Claro! Os chatos que não bebem e até alguns chatos que bebem vão dizer que eu bebo porque sou alcoólatra e pronto!
Só tomo cerveja! É a única bebida que gosto e se não tiver ela não bebo nada – uma garrafa de vodca já ficou mais de um ano em minha geladeira e talvez estivesse lá não fosse o meu irmão fazer caipira para ele beber, porque não tomo caipira também.
Agora, achar que só o primeiro gole é delicioso é loucura, motivo para crônica ou opinião de quem não gosta de tomar cerveja.
Enquanto houver disponibilidade de horário, boa conversa, saúde, dinheiro e bons amigos, todos os goles são maravilhosos.
Claro! Se o vivente vier de um grande porrão da noite anterior eu entendo que não queira beber, mas quem mandou ele não parar quando era para parar?
Bebo pelos motivos que já falei acima e muitos outros que não falei, e sei que a maioria daqueles olhares que vem dos que passam na rua e que parecem recriminadores ao ver-nos em nosso “happy-hour” nada mais é do que olhares de inveja.
É o olhar de pessoas que não podem beber o primeiro gole porque não irão mais parar, ou estão aprisionadas a uma religião castradora ou em um casamento infeliz e que não podem dizer: Até mais tarde amor! Vou tomar umas com os amigos e chego mais tarde!
Saúde aos da confraria e uma prô santo!

Um comentário:

Humberto Orcy da Silva disse...

Maravilha de Post, me vejo nele.