terça-feira, julho 7

Maldição das borboletas


Fui num baile na Sociedade Canto Lírico de Glorinha! O famoso “Baile dus Alemão”. Estava ótimo.
O único problema foi depois que saí de lá!
O baile já havia acabado. Os músicos estavam indo embora e eu então vim para Gravataí.
Até aí tudo bem! O problema começou no outro dia. Mal acordei e já estava cantando mentalmente Vitor e Léo. Eram borboletas que iam e vinham o dia todo.
Passei o dia com aquelas músicas na cabeça. Bastava eu parar de conversar e já vinha a batida melodia a cabeça.
A coisa ficou feia mesmo, quando comecei a assobiar a maldita.
Se eu não desse um jeito, poderia logo estar cantando também!
Aí piorou mesmo: Se eu ia ao banheiro, lá estavam eles alcançando-me o papel higiênico ou fazendo a barba. Na hora do almoço olhei para a mesa contígua a minha, e um deles – não sei quem é um e quem é o outro – estava lá “atracado” numa coxa de galinha frita. O outro para meu desespero, estava de avental do outro lado do caixa sorrindo para mim. Não preciso dizer que fiz um “happy hour” com os dois né?
No dia seguinte, já acordei com a tal música das borboletas. Tinha medo de abrir os olhos. Eles poderiam estar ali.
Dito e feito! Um segurava e me oferecia uma xícara de café, enquanto o outro estava em frente ao guarda-roupas escolhendo a calça que eu iria usar.
Fugi de casa desesperado – não olhei para traz, mas sabia que devia vir ao meu encalço, milhares de borboletas, pois a música eu ainda escutava – e confesso que a primeira coisa que pensei foi em lobotomia mas depois como fiquei sabendo que meu plano de saúde não cobre isso mudei de idéia.
Decidi então ir a polícia e registrar queixa. Eles eram obrigados a parar de me seguir.
O Delegado, homem já muito acostumado com bailões disse que não era para tanto. Bastava eu dar um tempo e ouvir outras músicas com melodias simples e letras mais ainda que eles sumiriam. Havia sim, o inconveniente de outra música e outra dupla ruim entrar em minha cabeça e não querer sair também.
Aceitei a princípio o conselho, mas depois que imaginei a hipótese de ser acordado por Bruno e Marrone com o “seu guarda eu não sou vagabundo...”, deixei por isso mesmo. Uma hora eles irão cansar e assombrar outro.
Isso tudo pelo menos serviu para eu entender como se faz uma música virar sucesso em poucos dias: Basta ela ser fácil e tocar no rádio e na tv o tempo todo. Ela pode ser horrível, mas será amada e o cantor pode até parecer com o cão chupando manga, mas arrancará suspiros apaixonados no instante em que pisar no palco dos “faustões” da vida.

2 comentários:

Bárbara disse...

Em primeiríssimo lugar, onde andavas meu amigo, e como pôde ter deixado os fãs aflitos em espera? Dias sofríveis, em verdade te digo.
Esta tua postagem foi fantastica! Devia ser trocada pela coluna do tambem inteligente, mas jeca do paulo santana! Amei.
Tu é maaaaaara.

Humberto Orcy da Silva disse...

Bah. Que inferno essa música.